segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Castelo Branco, comemoração do quarto centenário da morte de AMATO LUSITANO

 1968 Novembro dia 10




Castelo Branco, comemoração do quarto centenário da morte do médico João Rodrigues, também conhecido por "Amato Lusitano". ( créditos RTP Arquivo)

O Solar dos Viscondes de Portalegre em Castelo Branco

 

O Solar dos Viscondes de Portalegre, construído em 1743, foi adquirido a 29-Agosto-1888, há 135 anos, pela Junta Geral do Distrito presidida pelo
Dr Ruivo Godinho. Aqui ficou instalado o Governo Civil, a partir de 1891.
Entre 1835 e 1891, o Governo Civil esteve instalado no antigo edifício do Paço Episcopal.

A " Casa da Roda " ao tempo em Castelo Branco

 


O elevado número de infanticídios e também a venda e o abandono de crianças levou a que, em 24-Maio-1783, o Intendente-Geral da Polícia, Pina Manique, emitisse uma circular ordenando que as Câmaras Municipais criassem e regulamentassem o funcionamento de “Casas da Roda”.
A “Casa da Roda” era uma casa destinada a recolher crianças rejeitadas. Tinha uma abertura numa das paredes onde estava colocado um cilindro de madeira oco e giratório com espaço suficiente para nele ser depositada uma criança recém-nascida. Havia ainda uma sineta que ao ser tocada avisava “a rodeira” que uma criança acabava de ser ali exposta.
Em Castelo Branco, há muito que havia acolhimento de crianças rejeitadas, mas funcionava com deficiências. A 27-Agosto-1783, há 240 anos, foi criada a “Casa da Roda” e regulamentado o seu funcionamento. Determinou-se então que a “Casa da Roda” de Castelo Branco ficasse instalada na casa que pega com a capela do Espírito Santo (edifício da Junta de Freguesia). A “Roda” foi colocada na traseira da casa voltada a nascente e de tal forma que era impossível identificar quem ali colocasse um recém-nascido.
Como “rodeira” foi indicada Maria Antunes, mulher de Manuel Martins Pinto. Ela e o marido fizeram juramento de bem cumprir as suas obrigações, de dia e de noite, como lhes foi indicado. Tinham direito ao salário anual de nove mil e seiscentos réis.
A criança exposta era logo baptizada e entregue a uma ama que a troco do pagamento estipulado (e ainda aproveitando-se do pouco que a criança tinha direito) devia cuidar da sua criação até aos sete anos. A partir desta idade as crianças eram consideradas capazes de ganhar com o seu trabalho o suficiente para se alimentarem e vestirem.
Naquele tempo, a mortalidade infantil era elevada, mas entre as crianças expostas a mortalidade era ainda maior. As poucas crianças que chegavam aos sete anos eram entregues a proprietários rurais ou mestres de ofícios que, sob o pretexto de as ensinarem a trabalhar, as tomavam para lhes explorar o trabalho a troco de maus tratos.
Tirei a fotografia em Abril-2023.