segunda-feira, 31 de maio de 2021

Aldeias merecem mais



As Aldeias estão à mercê dos que procuram por habilidades duvidosas acabar com o minifúndio e culturas de subsistência.

 Reparem que em época de pandemia nem uma palavra de protecção a este sector, nem à sua mobilidade. Querem converter tudo em mega projectos, sendo a maioria ligada a fundos estranhos ou empresas pré-fabricadas.

Mas a haver projectos bem-intencionados, devem ser estudados e irem para locais não muito próximos das Aldeias e Vilas, de forma a dar vida, movimento e protecção aos terrenos mais remotos. No presente, os sinais são de que gostam mais de estar perto do alcatrão.

 As Aldeias devem ser valorizadas com apoios reais (energia-net-impostos e natalidade) de forma a criar apetite para quem lá está e para os que querem para ir lá viver e trabalhar. Para tal, o poder local deve criar condições mais aliciantes. Por exemplo, deixarem de fazer gastos em festas duplicadas e valorizar as existentes tradicionais e ancestrais de forma a transferir valores monetários para infra-estruturas de apoio às populações e alavancar as economias locais sem preconceitos e partidarites.

 Desenvolver e aproximar os naturais que estão fora e têm meios financeiros e de negócios para investirem na terra natal. Ou as Juntas devem democraticamente “ dar ouvidos” aos que, não sendo eleitores, têm segunda habitação ou terrenos. No caso, deve haver assembleia com dia e hora para estes cidadãos.

 É sabido que as populações estão a envelhecer e carentes de apoios para se manterem nas suas terras e não terem que emigrar em busca de um Lar (idosos).

 Exemplos:   Muitas Aldeias não têm postos de primeiros socorros, muitos Lares não têm enfermeiro a tempo inteiro (e viu-se o resultado). Então, as Juntas devem suportar custos para haver um posto clínico de saúde de modo a criar equipas que ajudem em tempo real as populações.

Por outro lado vem a pressão da Lei das queimas e queimadas. Que a não serem feitas dá stress e as consequências têm sido diabólicas. Aqui, as Juntas, Câmaras e Governo têm papel fundamental a desenvolver e resolver. Dar solução aos sobrantes que todos sabem que têm que ser destruídos. Mas para tal há que pensar na qualidade ambiental e segurança pessoal das populações. O que passa por evitar as queimas, neste particular, a melhor solução é a trituração ficando a matéria no terreno moída e nada se perde, ou encaminhadas para biomassa. É neste e noutros casos que as Juntas e Câmaras devem criar um parque de máquinas para entre ajuda que permita criar emprego e tirar preocupações às populações.

 A solução passa por dinamizar um serviço idêntico ao das malhadeiras de outros tempos. Tal serviço passaria pelas Juntas que deviam criar equipas de trabalho para acudir aos mais idosos e não só, aos que têm pequenas parcelas de terreno. Serviços esses a serem feitos por inscrição e pagos a preços simbólicos de acordo com IRS ou reforma. No que se refere aos excedentes agrícolas devem ter plano de escoamento da produção. Assim sendo, as Juntas e Câmaras poderiam criar uma rede de transporte de modo a recolher e entregar nos mercados abastecedores devidamente regulados cujos retornos financeiros deveriam ser tratados de forma meramente contabilística. O mesmo se passa com a azeitona e lagares decerto não será preciso criar mais mas sim rentabilizar os existentes basta as Juntas criarem um serviço organizado de transporte.

 Várias são as vantagens; fixar população, dar emprego e aumentar a nossa auto-suficiência alimentar. Difícil? Não me parece. Haja Vontade.

31 Maio de 2021

 A.Garrido