Reparem que em época de pandemia
nem uma palavra de protecção a este sector, nem à sua mobilidade. Querem
converter tudo em mega projectos, sendo a maioria ligada a fundos estranhos ou
empresas pré-fabricadas.
Mas a haver projectos bem-intencionados, devem ser estudados e irem
para locais não muito próximos das Aldeias e Vilas, de forma a dar vida,
movimento e protecção aos terrenos mais remotos. No presente, os sinais são de
que gostam mais de estar perto do alcatrão.
As Aldeias devem ser valorizadas
com apoios reais (energia-net-impostos e natalidade) de forma a criar apetite
para quem lá está e para os que querem para ir lá viver e trabalhar. Para tal,
o poder local deve criar condições mais aliciantes. Por exemplo, deixarem de
fazer gastos em festas duplicadas e valorizar as existentes tradicionais e
ancestrais de forma a transferir valores monetários para infra-estruturas de
apoio às populações e alavancar as economias locais sem preconceitos e
partidarites.
Desenvolver e aproximar os
naturais que estão fora e têm meios financeiros e de negócios para investirem
na terra natal. Ou as Juntas devem democraticamente “ dar ouvidos” aos que, não
sendo eleitores, têm segunda habitação ou terrenos. No caso, deve haver
assembleia com dia e hora para estes cidadãos.
É sabido que as populações estão
a envelhecer e carentes de apoios para se manterem nas suas terras e não terem
que emigrar em busca de um Lar (idosos).
Exemplos: Muitas
Aldeias não têm postos de primeiros socorros, muitos Lares não têm enfermeiro a
tempo inteiro (e viu-se o resultado). Então, as Juntas devem suportar custos
para haver um posto clínico de saúde de modo a criar equipas que ajudem em
tempo real as populações.
Por outro lado vem a pressão da Lei das queimas e queimadas. Que a não
serem feitas dá stress e as consequências têm sido diabólicas. Aqui, as Juntas,
Câmaras e Governo têm papel fundamental a desenvolver e resolver. Dar solução
aos sobrantes que todos sabem que têm que ser destruídos. Mas para tal há que
pensar na qualidade ambiental e segurança pessoal das populações. O que passa
por evitar as queimas, neste particular, a melhor solução é a trituração
ficando a matéria no terreno moída e nada se perde, ou encaminhadas para
biomassa. É neste e noutros casos que as Juntas e Câmaras devem criar um parque
de máquinas para entre ajuda que permita criar emprego e tirar preocupações às
populações.
A solução passa por dinamizar um
serviço idêntico ao das malhadeiras de outros tempos. Tal serviço passaria
pelas Juntas que deviam criar equipas de trabalho para acudir aos mais idosos e
não só, aos que têm pequenas parcelas de terreno. Serviços esses a serem feitos
por inscrição e pagos a preços simbólicos de acordo com IRS ou reforma. No que
se refere aos excedentes agrícolas devem ter plano de escoamento da produção.
Assim sendo, as Juntas e Câmaras poderiam criar uma rede de transporte de modo
a recolher e entregar nos mercados abastecedores devidamente regulados cujos
retornos financeiros deveriam ser tratados de forma meramente contabilística. O
mesmo se passa com a azeitona e lagares decerto não será preciso criar mais mas
sim rentabilizar os existentes basta as Juntas criarem um serviço organizado de
transporte.
Várias são as vantagens; fixar
população, dar emprego e aumentar a nossa auto-suficiência alimentar. Difícil?
Não me parece. Haja Vontade.
31 Maio de 2021
A.Garrido
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